Com a abertura de novas empresas e a expansão de bairros nas imediações da Avenida Joaquim Constantino, que margeia a Rodovia Raposos Tavares, em Presidente Prudente, o fluxo de veículos no local tem aumentado e preocupado moradores e motoristas. Em alguns trechos, tornaram-se comuns os congestionamentos em horários de pico e estacionamentos improvisados ao longo da via.

Quem passa pela avenida consegue ver carros e caminhões estacionados entre as ruas e também sobre a grama às margens da rodovia. Conforme relatos de moradores das imediações da avenida, os improvisos tem atrapalhado o fluxo, que já é grande, e aumentado o risco de acidentes no local.

Segundo o policial militar aposentado Claudio Costa, 56 anos, morador do Residencial Florenza, em alguns trechos da avenida é possível se deparar com caminhões estacionados entre um pedaço da avenida e outro da calçada. “Assim fica difícil de passar, fica parte do caminhão na rua”, aponta.

Com isso, os veículos que percorrem a avenida precisam ocupar a via contrária para trafegar sem bater na lateral dos que estão estacionados.

Conforme o assistente administrativo Carlos André Fiorini, que é morador do Parque dos Girassóis, bairro localizado nas imediações da avenida, o trecho precisa de uma solução imediata.

“Eu e o pessoal do bairro já mandamos ofício para a Semav [Secretaria Municipal de Assuntos Viários] e até agora nada. Aqui vemos de tudo, até mecânico consertando caminhão com parte dele [veículo] para o lado da rua. É difícil passar pela avenida, cresceu muito”, diz o morador.

Ainda de acordo com ele, além dos carros estacionados, o fluxo de veículos na avenida, especificamente no viaduto localizado próximo à Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), tem causado muitos acidentes. “Sempre tem um acidente ali, vem muito carro das duas mãos, os carros se cruzam, não tem sinalização, ninguém sabe quando tem que ir e quando tem que esperar o outro passar”, relata Fiorini.

Sobre os acidentes no trecho, o iFronteira flagrou no dia 23 de julho uma colisão entre dois carros. Na ocasião, a viatura da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos de Presidente Prudente, ao passar sobre o viaduto que liga um lado ao outro da avenida, não obedeceu a sinalização de “Pare” e acabou colidindo com a lateral de um Fiat Prêmio, que inclusive era conduzido pelo filho do policial aposentado Claudio Costa, que logo acima foi citado reclamando da via.

Outra ocorrência foi registrada na última quinta-feira (6). Um motociclista que seguia pela avenida foi atingido por um carro que cruzava a ponte. A reportagem fazia fotos da via no instante da colisão e flagrou o momento exato em que os veículos se chocaram.

Em relação às ocorrências de trânsito registradas no local, a Polícia Militar de Presidente Prudente informou que não possui números específicos sobre a quantidade de acidentes na avenida.

Rotatória da Coronel Marcondes

Outro problema apontado pelos usuários da via está no cruzamento da Avenida Joaquim Constantino com a rotatória da Avenida Coronel José Soares Marcondes, próximo à boate Route 270.

No local, os condutores dos veículos que vêm da Joaquim Constantino e param na sinalização ficam sem visão de quem vem da Coronel Marcondes, como mostra a galeria de fotos no topo da matéria. Segundo o motorista de caminhão Zoardo Silvestre, que trabalha há 45 anos com entregas, o trecho permite visibilidade apenas aos veículos maiores.

“Eu que estou de caminhão enxergo quem vem da Coronel Marcondes, agora quem está de carro tem que ir além do sinal de ‘pare’ para enxergar, e é nessa hora que acontecem os acidentes”, narra o caminhoneiro.

Com isso, a Avenida Joaquim Constantino fica lenta e uma fila se forma todos os dias no local, principalmente em horários de pico, sendo assim inevitável a formação de congestionamento. “Vi esse trecho crescer, hoje muitos veículos passam por aqui, aumentou demais”, relata Silvestre.

Para o motorista, a solução no local seria a implantação de semáforos. “Só com semáforo resolve isso aqui, porque até então está tudo sem regra, está tudo desorganizado”, sugere.

Solução?

O iFronteira procurou o secretário de Assuntos Viários (Semav) de Presidente Prudente, Luiz Abel Brondi, que informou apenas: “a Cart [Concessionária Auto Raposo Tavares] detém a responsabilidade das áreas lindeiras às marginais e dos cruzamentos e seus elementos acessórios.”

Também procurada pela reportagem, a concessionária disse que um estudo descritivo deverá ser feito no local para avaliar a quem pertencem os trechos apontados.

“Pelo contrato de concessão, a responsabilidade da Cart é sobre as rodovias do Corredor Raposo Tavares, sobre as laterais da rodovia e sobre a faixa de domínio. No trecho específico, não está claro onde termina a faixa de domínio. A Cart vai solicitar ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) a localização real da faixa de domínio neste trecho para, se a área for de sua responsabilidade, tomar as providências necessárias”, informa a empresa em nota.

Já em relação ao problema apontado no cruzamento da Avenida Joaquim Constantino com a rotatória da Coronel José Soares Marcondes, a qual pertence ao município, o secretário da Semav não se manifestou.

Fonte: iFronteira