Perímetro urbano representa pouco mais de vinte por cento do território prudentino
quarta-feira, 12 de setembro de 2012Na semana do aniversário dos 95 anos de Presidente Prudente, o iFronteira inicia uma série especial de reportagens sobre o município. Que a cidade começou na área central, mais precisamente em frente à Catedral de São Sebastião, todo mundo sabe, mas até onde a urbanização já chegou e para onde está indo? E para quem acha que a cidade já chegou ao seu limite, está muito enganado, pois apenas cerca de 27% da zona urbana está ocupada.
À primeira vista, no mapa do município é notável que apenas um quarto foi realmente habitado. Esta área tem 153 km² e compreende o perímetro urbano de Prudente. Com uma área total de 563 km², o município é dividido em cinco partes: Presidente Prudente, ao sul, seguida dos distritos de Montalvão, Floresta do Sul, Eneida e Ameliópolis, este último ao norte. Veja as fotos acima
Segundo explica a geógrafa Mônica Kurak Lombardi, os loteamentos surgiram apenas no final de década de 40, início de 50. Porém, não eram loteamentos padronizados ou com as devidas infraestruturas. O que mudou com o surgimento do plano diretor, na década de 60, que fez restrições para a ocupação.
“Antes, os donos dividiam os lotes e até vendiam os terrenos duas vezes. Ou faziam o loteamento sem as devidas infraestruturas”, comenta.
De acordo com ela, que trabalha na Prefeitura Municipal de Presidente Prudente há 20 anos, a ocupação da zona urbana passou do Centro para a Vila Marcondes e Goulart, descendo para o Jardim das Rosas, e acabou “truncado entre os vales”.
“Na década de 80, começou a urbanização do Parque do Povo e os loteamentos da Cecap e Cohab. Esse tipo de lote foi se espalhando, chegando ao Inocopp, Parque Alexandrina e Conjunto Habitacional Ana Jacinta, que é de 1991”, fala.
O secretário de Planejamento de Prudente, Laércio Alcântara, também lembra que além do centro, vários pontos nas extremidades da cidade foram ocupados, sobrando os chamados clarões urbanos, que estão sendo preenchidos com novos loteamentos.
“Por muitos anos ficaram diversos vazios na cidade. Os bairros se desenvolvem com a interferência pública ou com o comércio, a indústria. Por exemplo, o responsável por um loteamento precisa dar toda a infraestrutura para o saneamento básico e a iluminação. Isso atrai novos moradores”, ressalta ele.
Alcântara fala que outra forma de alavancar o progresso de determinada região é o surgimento de novos empreendimentos. “Em questão de dois, três anos, diversos bairros que receberam grandes supermercados ou comércios ganharam outro perfil, com novas casas e o surgimento de outros serviços no local”, relata o secretário.
Dois exemplos citados por ele são os bairros Ana Jacinta e Cohab, que começaram com um perfil totalmente diferente do atual. “Esses dois locais são quase que independentes, possuem postos de saúde, mercados, agências bancárias, entre outros. Os moradores, se não quiserem, nem precisam ir ao Centro”, destaca Alcântara.
Rumo ao norte
Segundo o engenheiro cartográfico José Enoi Laperuta, que trabalha na Prefeitura da cidade há 29 anos, o crescimento “para cima” tem relação com o perfil do revelo e a região onde se encontra a cidade, que é estreita e comprida.
“A zona leste não tem mais como crescer por conta da topografia acidentada. Ao sul, temos o aeroporto, que impede a construção de prédios, além do Rio Santo Anastácio. A oeste, há o Balneário da Amizade. A cidade está subindo para os distritos”, explica o cartógrafo.
Entretanto, isso também não significa que esse movimento seja exclusivo. “Temos atualmente 14 loteamentos para serem aprovados. Esse processo leva cerca de três anos. A questão é que cada um tem um perfil, de acordo com o público e a região também”, explica o secretário de Planejamento.
Alcântara enfatiza que ao sul os loteamentos são maiores, devido à proximidade com mananciais. “São lotes de 420 m². Já na zona norte são de 160 m². Ou seja, as áreas podem até ser ocupadas, mas a concentração populacional será muito maior ao norte”, aponta.
Os tamanhos dos loteamentos também já dão uma previsão de qual será o perfil daquela área. “Terrenos maiores são para pessoas com um poder aquisitivo maior, o que se instala nesse local também segue a mesma linha. Já os menores estão mais no padrão do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’”, diferencia a geógrafa.
Mesmo com essa movimentação ao norte do município, o desenvolvimento ao sul tem um motivo: as rodovias. “A cidade cresceu ao redor da Rodovia Raposo Tavares. Temos ainda a Assis Chateaubriand, a Julio Budiski. Isso é natural, já que com as estradas é mais fácil de escoar a produção, de fazer o transporte de mercadorias”, diz Mônica.
Ela conta que recentemente o perímetro urbano foi alterado, chegando até o limite do Rio Santo Anastácio, para a inclusão de loteamentos de chácaras de recreio.
“O crescimento ou não de uma cidade está relacionado com a economia regional e também nacional. Estamos em um período aquecido para o setor imobiliário. O desenvolvimento depende disto”, ressalta.
Porém, mesmo que a economia caia, Mônica ainda acredita que o crescimento deve continuar. “Prudente está crescendo além do esperado, temos uma previsão de crescimento urbano e está nos surpreendendo, principalmente este ano, com a quantidade de loteamentos”, afirma.
Fonte: iFronteira
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