As polícias Civil e Militar intensificaram nesta sexta-feira as diligências e investigações para descobrir a autoria de vários disparos de arma de fogo efetuados na madrugada de ontem contra a casa de um sargento da Polícia Militar localizada em um bairro da zona oeste de Presidente Prudente (565 km a oeste da capital de São Paulo).

O atentado ocorreu por volta das 5h, quando pessoas ainda não identificadas dispararam por quatro vezes contra a residência da família do militar. Três dos disparos atingiram as paredes do imóvel, e outro acertou a lataria do veículo que estava estacionado na garagem. Ninguém foi atingido.

Logo depois do ocorrido, buscas foram realizadas na região, mas nenhum suspeito foi localizado. Procurado pelo Terra para comentar sobre o ocorrido, o sargento preferiu não se pronunciar.

Por meio do seu setor de comunicação social, o comando do 18º Batalhão da Polícia Militar, onde o sargento é lotado, informou que a ocorrência foi registrada e encaminhada para investigação da Polícia Civil. O BPM também enviou o caso foi para a Corregedoria da Polícia Militar que, em conjunto com o Comando de Policiamento do Interior (CPI-8), deverá avaliar a necessidade de instauração de inquérito.

O comando da PM não sinalizou se o atentado contra a casa do militar tem ligação com a lista de policiais de Presidente Prudente ameaçados pelos integrantes da facção criminosa.

Ainda nesta semana, agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil prenderam, na cidade de Salmourão, na Nova Alta Paulista, dois integrantes de uma facção criminosa que planejavam ações na região de Presidente Prudente. Joseni Alves, 29 anos, conhecido como ‘Zeni’, e Mauriney Bezerra da Silva, 24 anos, foram detidos em uma casa da rua José Santana, no Jardim Torquebugo.

A dupla fazia parte de um núcleo da quadrilha instalada na zona leste da cidade de São Paulo. As investigações vão apurar se os presos pertencem ao mesmo grupo que esteve recentemente em Presidente Prudente circulando com dois potentes veículos e que foi descoberto pelo serviço de inteligência quando sondava imediações de residências e policiais da cidade.

Integrantes da Delegacia de Investigações sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro (6ª Patrimônio) do Deic investigavam o grupo e constataram o deslocamento. Após deterem os suspeitos, os policiais apreenderam uma metralhadora com o respectivo carregador e um revólver calibre 357, arma de uso restrito, cuja munição tem capacidade para abater um urso. “As informações apontam que eles pretendiam realizar ações criminosas, mas ainda não ficaram definidas quais seriam”, informou o delegado Márcio Martins Mathias, titular da 6ª Patrimônio.

Conforme o Deic, os dois homens são da zona leste da capital paulista e teriam vindo para o Oeste Paulista para praticar crimes. A unidade que atua na investigação sobre o crime organizado não confirmou, no entanto, se tais ações teriam, ou não, relação com a onda de violência que ocorre na capital paulista. “Sabemos apenas que essas duas pessoas são integrantes da facção criminosa que atua no Estado de São Paulo e que estariam no Oeste Paulista para a prática de crimes”, disse o responsável pela assessoria de imprensa do Deic. Os dois permanecem recolhidos em uma unidade prisional de São Paulo.

Onda de violência 
Desde o início do ano, ao menos 92 policiais foram assassinados no Estado. Desse total, 18 eram aposentados e três estavam em serviço. Além disso, o Estado continua a enfrentar um grande índice de violência. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, só na capital houve um crescimento de 102,82% no número de pessoas vítimas de homicídio no mês de setembro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em todo o Estado, a alta foi de 26,71% no mesmo período.

Fonte: Terra.com.br